Ferramenta pode ser utilizada pelas empresas para impulsionar vendas; no entanto, alguns cuidados são necessários

Disponibilizado em setembro de 2023, os canais do Whatsapp também podem ser alternativa de vendas para empresas. Utilizado em maior escala por meios de comunicação e clubes de futebol, a ferramenta também é explorada por organizações do varejo físico e digital, como Mercado Livre, Amazon, Carrefour, iFood e O Boticário que seguem as empresas para receber comunicados no aplicativo.

E a opção a quem quer vender mais é válida, conforme especialistas ouvidos pela reportagem de OTempo. Felipe Guimarães, especialista em negócios digitais da Keyrus, consultoria internacional de Inteligência de Dados e Transformação Digital, destacou que o Whatsapp oferece diversas possibilidades de relacionamento entre empresas e clientes, como a disponibilização do catálogo de produtos, sendo possível fazer todo o processo de venda na plataforma. 

“Um ponto que também é importante ressaltar é que o WhatsApp, não é somente utilizado para vendas, mas também para suporte ao cliente, como também vendas consultivas e em alguns casos já utilizando a inteligência artificial para garantir uma experiência ao cliente incrível”, opinou. 

CEO Advisor 10X e Presidente da Editora Brasport, Antonio Muniz frisou que a ferramenta pode impulsionar as vendas, já que conecta o negócio a mais de 140 milhões de usuários brasileiros no Whatsapp. O especialista, entretanto, acredita que antes de oferecer produtos, as empresas devem conhecer as necessidades dos clientes.

“Eu sempre comento que de nada adianta a gente oferecer um churrasco incrível para quem é vegano e vice-versa. Então a empresa tem que aproveitar o canal do WhatsApp para segmentar muito bem qual tipo de cliente para cada tipo de serviço ou produto”, assinalou Muniz. 

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em dados e inteligência artificial Kenneth Corrêa ponderou que lançar mão de códigos promocionais nos canais do whatsapp pode ser uma boa alternativa.

“Mas é preciso lembrar que você vai precisar de alguma maneira que a pessoa fique sabendo que esse código está disponível, então ainda existe uma dependência em outros canais para você começar a estabelecer esse recurso. Eu colocaria mais como uma ferramenta de retenção do que uma ferramenta de captação (de clientes)”, observou. 

Cuidados do consumidor 

Apesar de ser boa alternativa às empresas, o uso do canal do Whatsapp exige cuidados em relação aos direitos do consumidor. Mestre em direito, o advogado Felipe Moreira disse que não há uma regra específica para a ferramenta. Ele ressaltou que, independente da plataforma, a empresa deve garantir o produto na integralidade do que foi informado. 

“A empresa não pode deixar de cumprir a oferta, já que é um canal de comunicação como qualquer outro”, comentou o profissional especializado em direito do consumidor. Moreira ainda aconselhou que as empresas sejam claras quanto ao detalhamento das informações dos produtos que estão sendo enviados aos clientes por meio do canal.

Outro ponto de atenção, afirmou, deve ser sobre a segurança dos dados. “A empresa precisa criar meios para proteger e estabelecer segurança sobre as informações que foram repassadas pelo consumidor e ao consumidor”, complementou o advogado. 

Caso o consumidor tenha algum problema, a dica é guardar registros, como print das interações com a empresa e, se possível, autenticar os arquivos em cartório. “São ferramentas válidas para tentar uma recuperação judicial”, arrematou.